Pascual Gangotena: Al Borde Arquitectos

Convidado pelo curso de pós-graduação de Habitação e Cidade, o arquiteto equatoriano Pascual Gangotena apresentou algumas experiências de seu escritório, o Al Borde, que tem o diferencial de trabalhar com projetos considerados por muitos como impossíveis- em termos de orçamento, materiais e mão-de-obra.

Convidado pelo curso de pós-graduação de Habitação e Cidade, o arquiteto equatoriano Pascual Gangotena apresentou algumas experiências de seu escritório, o Al Borde, que tem o diferencial de trabalhar com projetos considerados por muitos como impossíveis- em termos de orçamento, materiais e mão de obra.


No início da fala de Pascual já fica claro o quão inusitada é a prática do Al Borde: nas chamadas Martes de Mierda, “uma reunião de arquitetos querendo ser menos arquitetos e mais pessoas”. Ele e seus colegas de escritório discutem informalmente com um convidado escolhido inquietações e problemas da prática profissional e da vida. Essas reuniões, iniciadas em 2013, partem do combo “um convidado, um entrevistador, um crítico e um fotógrafo convidados, um bar e trajes formais”, sendo a opção de vestimenta uma maneira de caracterizar os encontros como algo sério, apesar da aparente informalidade da situação.

Além disso, Gangotena também mostrou o projeto de construção do local de trabalho do Al Borde, onde trabalham seus sócios David Barragán, Marialuisa Borja e Esteban Benavides e alguns estagiários. A “Casa en Construcción” é um projeto de requalificação de um antigo casarão de taipa em Quito, que contou com a ajuda de estudantes, amigos e interessados com pouca ou nenhuma qualificação para a construção civil, e empregou materiais retirados da própria casa ou retirados de demolições. Nessa experiência premiada pela Chicago Architecture Biennial de 2015, a construção foi uma plataforma de aprendizagem, e a falta de recursos foi uma importantíssima condicionante de projeto.

Essas coisas que parecem impossíveis, complexas, difíceis, como todos nos dizem que têm que ser, no fim nós as vemos como simples.

Foram também apresentados diversos outros projetos desenvolvidos pelos associados, em conjunto com os Talleres Experimentales, workshops de construção organizados pelo Al Borde, com outros grupos de arquitetos como o Material Politics, dentre outros.

Pascual Gangotena é arquiteto formado pela Universidad Católica del Ecuador (2006), professor da Facultad de Diseño y Artes da Universidad Católica del Ecuador desde 2008 e da Facultad de Arquitectura da Universidad Internacional del Ecuador desde 2009. É sócio fundador do escritório Al Borde Arquitectos, baseado em Quito.

AL BORDE Arquitectos foi fundado em Quito em 2007 por David Barragán e Pascual Gangotena, hoje conta também com María Luisa Borja e Esteban Benavides. Seu trabalho já foi publicado em diversos países e recebeu premiações como o Prémio al Mérito Arquitectónico “Arq. Francisco Eduardo Tresguerras”, promovido pelo Colegio de Arquitectos de Celaya, México (2010),o prêmio para  Melhor Obra de Jovem Autor da VI BIAU em Lisboa (2008) e o Premio Nacional de Diseño Arquitectónico da XV  Bienal Panamericana de Arquitectura de Quito – BAQ (2006), estes últimos pela Casa Pentimento de José María Sáez e David Barragán. É um estúdio colaborativo e experimental que se foca em resolver necessidade reais com os materiais disponíveis, sejam eles recursos sociais ou materiais físicos.

 

Captação de vídeo e fotografia
Karina Gabriel e Victor Minghini

Edição e texto
 Stella Bloise