A pós graduação de Geografia, Cidade e Arquitetura recebeu o arquiteto e professor Sérgio Fernandes para contar sobre sua experiências e diálogos entre a cultura portuguesa e a experimentação na arquitetura.
Aula 1
O tema da primeira aula é o romantismo e a introdução do modernismo em Portugal, onde o recorte ampliado vai desde o século XVI, do ouro e dos descobrimentos que forneceram riquezas e matérias primas para a corte portuguesa e como isso acabou caracterizando um estilo de construção em varias regiões de Portugal. Através das construções apresentadas, Sérgio vai mostrando as mudanças de estilos e materiais ao longo dos séculos, até chegar na introdução do modernismo e como as ideias foram sendo espalhadas por diferentes arquitetos que tiveram que enfrentar a ditadura de Salazar, à procura de uma identidade. Esse tema é a primeira parte da aula, a segunda se trata da resistência e afirmação do estilo internacional com enfoque na conformação da cidade do Porto. A última parte fala sobre o desenvolvimento econômico, a integração do estilo internacional, o inquérito à arquitetura popular portuguesa e a aproximação ao real, com a experimentação sendo um dos motes do fazer arquitetônico.
Aula 2
Na segunda aula, Sérgio fala sobre os diálogos experimentais com a realidade, onde ele analisa dois projetos feitos pelo arquiteto Alvaro Siza em dois tempos diferentes. Ambos projetos ficam no mesmo sítio, que incorpora uma grande área central de Lisboa, chamada Chiado. É um projeto de restauro de 15 edifícios que sofreram um incêndio e começou em 1989. Sérgio analisa dois dos projetos para o mesmo lugar, mas com 20 anos de diferença, o seu foco acaba sendo o tempo e o que acarretou nas mudanças de escolhas de projeto. Junto com isso, Sérgio faz um apanhado histórico de pequenas e grandes transformações que ocorreram nas cidades portuguesas.
Sérgio Fernandez estudou na Escola Superior de Belas Artes do Porto e participou do CIAM (Congresso Internacional de Arquitetura Moderna) de 1959 em Otterloo. Lecionou por anos em faculdades como diretor e professor de projeto. Abriu o escritório nas vésperas da revolução do dia 25 de Abril de 1974, resultante de um movimento social que depôs o regime ditatorial vigente desde 1933. O interessante é seu olhar banhado por experiência, que dialoga com a historia com uma liberdade própria no exercício de projetar arquitetura.
Fotografia, Captação e Edição de Vídeo
Clarissa Mohany
Claudia Bicudo
Kátia Harumi
Isabel Saad
Textos
Isabel Saad
