Convidado pelo curso de pós-graduação Arquitetura, Educação e Sociedade, Solano Benitez analisou as primeiras Universidades como espaços de proteção e universalização do conhecimento, onde os saberes estavam atrelados às condições de custódia, intercâmbio e produção de novos conhecimentos. Esclarecendo que este tipo de universidade perdurou até que se instituísse uma divisão igualitária, que previsse disciplinas indistintas e que, ao invés de produzir novos saberes, adotasse o lectio, disputatio e recitatio como forma de ensino, Solano afirma que, com o desenvolvimento humano, estas instituições deixaram de ser adequadas para deter o conhecimento, pois para isso basta que se tenha uma biblioteca onde se pode ver inúmeras vezes o que se quer saber. Para ele, os professores já não são mais competentes para custodiar o conhecimento, uma vez que através de livros e internet podemos obter informações ao mesmo tempo. “Na internet, aquela carreira pela erudição, que era o que se promovia pela recitatio, já está morta”. Solano Benitez completa dizendo que as escolas são insubstituíveis quando se têm mentores ao invés de professores, em que as novas gerações são motivadas a produzir novos conhecimentos.
Uma escola que tem muito futuro, seria uma escola onde nós tivéssemos tantos mentores, tanta gente disposta a contar ao outro, que a inteligência fosse o vínculo comum entre todos nós.
Solano Benitez (Assunção, 1963) graduou-se arquiteto e urbanista pela Universidade Nacional de Assunção (PAR), em 1986. É sócio-fundador do Gabinete de Arquitectura, escritório no qual desenvolve seus trabalhos. Recebeu diversos prêmios internacionais, entre os quais se destacam o BSI Swiss Architectural Award 2007-2008 (SUI) e o AIA Honorary Fellowship 2012 (EUA).
Fotografia, Captação e Edição de Vídeo
Clarissa Mohany
Felipe do Amaral
Pedro Norberto
Textos
Clarissa Mohany
