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Em palestra aberta no Seminário de Cultura, a historiadora Mary Del Priore aborda a questão da dupla face da vida coletiva e privada, como estas compõem linhas de pensamento diferentes, em vezes contraditória, e como isto influenciou o desenvolvimento da mentalidade brasileira na temática da sexualidade, as condições sob as quais se praticava o sexo e o tratamento que o ato sexual e o senso de erotismo recebiam:
O que era o corpo dessas pessoas nesses primeiros anos de colonização? Certamente nada a ver com nossa sociedade tão higienizada hoje, tão florida e que ninguém consegue entrar no elevador sem usar desodorante. A sensibilidade olfativa de nossos antepassados difere totalmente da nossa hoje. (…) Os relacionamentos sexuais(…) se limitavam a um erguer de saias e um abaixar de calções.
Ao criar este paralelo passível de comparação com a atualidade, a historiadora faz uso de relatos e obras literárias da época para aproximar o espectador desta realidade passada, e fomentar um questionamento sobre a origem de preconceitos que se mantém presentes até hoje.
Mary Del Priore é graduada em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1983) e possui doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo, Especialização na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales(1993) e Pós-Doutorado na Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales (1996). Atualmente é professora do Programa de Mestrado em História da Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO/NITERÓI – e desenvolve pesquisa intitulada “Cultura, mentalidade e vida social no Rio de Janeiro do século XIX”. Tem pesquisas na área de história colonial, história da cultura, história de gênero.